SER COMUNIDADE

Queridos casais e membros do Colégio Internacional das Equipes de Nossa Senhora:

É com grande alegria que nos dirigimos a cada um de vocês para expressar nossa solidariedade, nosso afeto e nosso desejo de estar muito perto de vocês, a partir da ERI, neste tempo de incerteza e medo a que fomos conduzidos de forma intempestiva por um vírus cuja sigla era desconhecida há apenas alguns meses e que hoje faz parte da nossa vida cotidiana, o COVID-19.

Hoje, mais do que nunca, como comunidade de fé, devemos estar muito próximos uns dos outros, com a força da ajuda mútua, pilar fundamental da nossa mística, para nos acompanharmos, para rezar juntos, para nos ajudar espiritual e materialmente, sendo semeadores de esperança no nosso meio, num momento em que grande parte do mundo já percebeu como somos frágeis e impotentes, e deixando de lado a arrogância e a autossuficiência, voltando seus olhos para o Criador Supremo, para pedir-lhe que assuma o controle da liberdade que temos desperdiçado.

Inevitavelmente, nos lembramos da imagem do filho pródigo que, após esbanjar a herança que o Pai lhe deu sem restrições, na liberdade que só o amor pode dar, volta arrependido, buscando o perdão e a segurança de sua casa paterna. Se algo positivo pode ser dito sobre esse vírus, é que, sem distinção de raça, credo, status econômico, condição social, nos faz refletir de forma mais profunda, ao despojar-nos de nossas seguranças, e tornando-nos talvez mais transcendentes e mais essenciais.

Para alimentar o nosso sentido de comunidade, em meio a esta pandemia, com a ERI, após as medidas de quarentena que forçaram o fechamento dos templos, decidimos realizar semanalmente uma Eucaristia virtual presidida pelo Padre Ricardo, nosso conselheiro, para nos unirmos como Movimento e viver, cada um de sua casa, a força da fé partilhada: milhares de equipistas de todos os continentes aderiram a esta iniciativa, que se concluiu no Domingo de Páscoa. Sabemos que cada Super-Região também está celebrando sua Eucaristia virtual e também que, em alguns países, tendo em vista as medidas de biossegurança, alguns templos já estão começando a abrir, razão pela qual, por enquanto, decidimos suspender esta celebração virtual, que retomaremos para celebrar juntos algumas festas da Igreja durante este ano. Como nos faz falta podermos receber a comunhão em espécie e viver a nossa fé na força da comunidade de forma presencial!

Como disse o Papa Francisco em sua homilia de 17 de abril na casa de Santa Marta, se bem que a Eucaristia que ele e muitos sacerdotes celebram de forma virtual é um meio extraordinário que nos tem ajudado muito em nossa vida de fé neste tempo de confinamento e até tornou mais “familiar” a presença do Ressuscitado em casa, esta familiaridade não pode deixar de lado a comunidade, porque sem ela "..., sem a Igreja, sem os Sacramentos, é perigoso e pode converter-se em uma familiaridade gnóstica, separada do povo de Deus. ... É uma situação difícil em que os fiéis não podem participar das celebrações e só podem fazer comunhão espiritual. Temos que sair deste túnel para estarmos juntos novamente, porque esta não é a Igreja, mas uma Igreja que corre o risco de ser "viralizada". Que o Senhor nos ensine esta familiaridade concreta, esta intimidade com Ele, mas na Igreja, com os Sacramentos e com o povo santo e fiel de Deus".

Esta pandemia que nos tem afetado a todos direta ou indiretamente, tem sido cheia de manifestações edificantes de misericórdia e doação, e tem despertado um emocionante senso de corresponsabilidade fora e dentro do Movimento. Somos muitos os equipistas que foram infectados por este vírus (Clarita e eu fomos infectados, e hoje, pela graça de Deus, estamos totalmente recuperados), alguns estiveram em unidades de terapia intensiva à beira da morte e felizmente conseguiram se recuperar, e outros infelizmente não conseguiram superar a doença e hoje estão com o Pai, deixando um grande vazio e uma imensa dor em sua família, em seus amigos, em suas equipes, na comunidade. A todos os equipistas ou seus familiares ou amigos que viveram esta dura prova, nossa voz de encorajamento, nossa comunhão e nossa companhia em espírito e oração.

O confinamento tem exacerbado a atividade dos meios de comunicação e das redes sociais, enchendo-nos de uma avalanche de informações, construtivas em alguns casos e destrutivas, banais ou sem importância em outros. A ERI, no discernimento que temos feito nas reuniões virtuais periódicas nos últimos dias, considerou que neste momento histórico que, sem dúvida, estabelecerá um marco em nossa vida, como referência de um antes e um depois, é necessário que fortaleçamos os laços entre a Equipe Responsável Internacional e os quadros responsáveis pelas SR e RR, para enfrentarmos juntos esta crise. É por isso que, a partir de agora, estaremos enviando com mais frequência do que o habitual, alguns números extraordinários do boletim ou Newsletter, aproveitando de maneira positiva as comunicações eletrônicas em tempo real, na qual estaremos transmitindo ao Colégio, com total atualidade, reflexões, vida do Movimento, depoimentos dos equipistas no tempo da COVID-19, notícias da Igreja, orientações, etc., abrindo também um espaço para que as Super Regiões e RR compartilhem com o Colégio suas experiências e vivências, que serão fonte de riqueza e alimento para todo o Movimento. É nosso desejo que estas edições extraordinárias do boletim, se assim o considerarem, possam também chegar a todos os equipistas que vocês animam, para que hoje, mais do que nunca, tenhamos um senso de unidade, identidade e comunidade que nos fortaleça em espírito e ação como Movimento e como Igreja que somos.

Rezamos a Nosso Senhor, por intercessão de Nossa Mãe Maria, para que, sob Sua proteção, Ele nos encha de Seu Espírito para sermos semeadores de esperança e agentes positivos de mudança, nestes momentos em que toda nossa capacidade de resiliência e nossa corresponsabilidade estão sendo testadas, a fim de sairmos fortalecidos desta crise.

Que assim seja.

Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa!

Hoje ecoa em todo o mundo o anúncio da Igreja: «Jesus Cristo ressuscitou»; «ressuscitou verdadeiramente»!

Como uma nova chama, se acendeu esta Boa Nova na noite: a noite de um mundo já a braços com desafios epocais e agora oprimido pela pandemia, que coloca a dura prova a nossa grande família humana. Nesta noite, ressoou a voz da Igreja: «Cristo, minha esperança, ressuscitou!»

É um «contágio» diferente, que se transmite de coração a coração, porque todo o coração humano aguarda esta Boa Nova. É o contágio da esperança: «Cristo, minha esperança, ressuscitou!» Não se trata de uma fórmula mágica, que faça desvanecerem-se os problemas. Não! A ressurreição de Cristo não é isso. Mas é a vitória do amor sobre a raiz do mal, uma vitória que não «salta» por cima do sofrimento e da morte, mas atravessa-os abrindo uma estrada no abismo, transformando o mal em bem: marca exclusiva do poder de Deus.

O Ressuscitado é o Crucificado; e não outra pessoa. Indeléveis no seu corpo glorioso, traz as chagas: feridas que se tornaram frestas de esperança. Para Ele, voltamos o nosso olhar para que sare as feridas da humanidade atribulada. (...)

Esta epidemia não nos privou apenas dos afetos, mas também da possibilidade de recorrer pessoalmente à consolação que brota dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Reconciliação. Em muitos países, não foi possível aceder a eles, mas o Senhor não nos deixou sozinhos! Permanecendo unidos na oração, temos a certeza de que Ele colocou sobre nós a sua mão, repetindo a cada um com veemência: Não tenhas medo! «Ressuscitei e estou contigo para sempre». (...)

Nestas semanas, alterou-se improvisamente a vida de milhões de pessoas. Para muitos, ficar em casa foi uma ocasião para refletir, parar os ritmos frenéticos da vida, permanecer com os próprios familiares e desfrutar da sua companhia. Mas, para muitos outros, é também um momento de preocupação pelo futuro que se apresenta incerto, pelo emprego que se corre o risco de perder e pelas outras consequências que acarreta a atual crise. Encorajo todas as pessoas que detêm responsabilidades políticas a trabalhar ativamente em prol do bem comum dos cidadãos, fornecendo os meios e instrumentos necessários para permitir a todos que levem uma vida digna e favorecer – logo que as circunstâncias o permitam – a retomada das atividades diárias habituais.

Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está a sofrer e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia. Jesus ressuscitado dê esperança a todos os pobres, a quantos vivem nas periferias, aos refugiados e aos sem abrigo. Não sejam deixados sozinhos estes irmãos e irmãs mais frágeis, que povoam as cidades e as periferias de todas as partes do mundo. Não lhes deixemos faltar os bens de primeira necessidade, mais difíceis de encontrar agora que muitas atividades estão encerradas, bem como os medicamentos e sobretudo a possibilidade duma assistência sanitária adequada. (...)

Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas. (...)

Este não é tempo para divisões. Cristo, nossa paz, ilumine a quantos têm responsabilidades nos conflitos, para que tenham a coragem de aderir ao apelo a um cessar-fogo global e imediato em todos os cantos do mundo. Este não é tempo para continuar a fabricar e comercializar armas, gastando somas enormes que deveriam ser usadas para cuidar das pessoas e salvar vidas. (...)

Este não é tempo para o esquecimento. A crise que estamos a enfrentar não nos faça esquecer muitas outras emergências que acarretam sofrimentos a tantas pessoas. (...)

Verdadeiramente palavras como indiferença, egoísmo, divisão, esquecimento não são as que queremos ouvir neste tempo. Mais, queremos bani-las de todos os tempos! Aquelas parecem prevalecer quando em nós vencem o medo e a morte, isto é, quando não deixamos o Senhor Jesus vencer no nosso coração e na nossa vida. Ele, que já derrotou a morte abrindo-nos a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa pobre humanidade e introduza-nos no seu dia glorioso, que não conhece ocaso.

FONTE: http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/urbi/documents/papa-francesco_20200412_urbi-et-orbi-pasqua.html

ORAÇÃO A MARIA

“À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus”.

Na dramática situação atual, carregada de sofrimentos e angústias que oprimem o mundo inteiro, recorremos a Vós, Mãe de Deus e nossa Mãe, refugiando-nos sob a vossa proteção.

Ó Virgem Maria, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos nesta pandemia do Coronavírus e confortai a quantos se sentem perdidos e choram pelos seus familiares mortos e, por vezes, sepultados duma maneira que fere a alma. Sustentai aqueles que estão angustiados por pessoas enfermas de quem não se podem aproximar, para impedir o contágio. Infundi confiança em quem vive ansioso com o futuro incerto e as consequências sobre a economia e o trabalho.

Mãe de Deus e nossa Mãe, alcançai-nos de Deus, Pai de misericórdia, que esta dura prova termine e volte um horizonte de esperança e paz. Como em Caná, intervinde junto do vosso Divino Filho, pedindo-Lhe que conforte as famílias dos doentes e das vítimas e abra o seu coração à confiança.

Protegei os médicos, os enfermeiros, os agentes de saúde, os voluntários que, neste período de emergência, estão na vanguarda arriscando a própria vida para salvar outras vidas. Acompanhai a sua fadiga heroica e dai-lhes força, bondade e saúde.

Permanecei junto daqueles que assistem noite e dia os doentes, e dos sacerdotes que procuram ajudar e apoiar a todos, com solicitude pastoral e dedicação evangélica.

Virgem Santa, iluminai as mentes dos homens e mulheres de ciência, a fim de encontrarem as soluções justas para vencer este vírus.

Assisti os Responsáveis das nações, para que atuem com sabedoria, solicitude e generosidade, socorrendo aqueles que não têm o necessário para viver, programando soluções sociais e económicas com clarividência e espírito de solidariedade.

Maria Santíssima tocai as consciências para que as somas enormes usadas para aumentar e aperfeiçoar os armamentos sejam, antes, destinadas a promover estudos adequados para prevenir catástrofes do género no futuro.

Mãe amadíssima, fazei crescer no mundo o sentido de pertença a uma única grande família, na certeza do vínculo que une a todos, para acudirmos, com espírito fraterno e solidário, a tanta pobreza e inúmeras situações de miséria. Encorajai a firmeza na fé, a perseverança no serviço, a constância na oração.

Ó Maria, Consoladora dos aflitos, abraçai todos os vossos filhos atribulados e alcançai-nos a graça que Deus intervenha com a sua mão omnipotente para nos libertar desta terrível epidemia, de modo que a vida possa retomar com serenidade o seu curso normal.

Confiamo-nos a Vós, que resplandeceis sobre o nosso caminho como sinal de salvação e de esperança, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. Amém.

Neste momento difícil, as atividades do Secretariado nos escritórios da Glacière, em Paris, adaptaram-se para seguir tanto as medidas legais decretadas na França, como a necessidade de salvaguardar a saúde daqueles que lá nos apoiam com seu trabalho.

Pelas mesmas razões, não nos foi possível apoiar pessoalmente o trabalho na nossa sede, uma atividade que deveríamos ter feito, quer na perspectiva das entrevistas para o recrutamento do novo colaborador, em substituição a Patrícia, quer na preparação da reunião da ERI prevista para o Togo.

Assistência ao Movimento por parte do Secretariado

Desde meados de abril, portanto, quando as primeiras medidas relacionadas com a contenção do vírus foram aprovadas na França, a nossa colaboradora Guènola começou a trabalhar exclusivamente a partir de sua casa, remotamente. Graças ao fato de a maioria das comunicações se efetuar através da Internet, a sua ausência do escritório na Glacière não criou demasiados problemas.

Até agora, Guènola não podia regressar à sede do Movimento, pelo que não era possível receber qualquer correio que pudesse ter sido entregue e não havia ninguém para atender às chamadas telefônicas para o secretariado.

Mas o trabalho não parou; Guènola esteve sempre em contato conosco, como casal responsável pelo Secretariado, recebeu muitos documentos destinados ao Colégio de Varsóvia e apoiou o trabalho dos tradutores voluntários. Embora a reunião do Colégio será realizada de uma forma diferente, como sabem muito bem, não interrompemos o trabalho de coleta dos documentos necessários e de prosseguir com as traduções.

Além disso, estamos trabalhando na preparação do balanço econômico, em cooperação com uma empresa externa de contabilidade.

Pesquisa e seleção de um novo assistente

Como sabem, estamos a proceder à seleção de uma nova assistente para ocupar o lugar de Patrícia, que terminou a sua colaboração com o Movimento das ENS; entre janeiro e março de 2020 recebemos e revimos muitos currículos de candidatos; conhecemos alguns deles pessoalmente, mas com a situação complicada, pelas proibições de viagem, tivemos de suspender a atividade de seleção. Até a presente data ainda não encontramos a pessoa que poderá colaborar conosco na Glacière, juntamente com Guènola.

Associação dos Amigos do Padre Caffarel

Na nossa sede internacional, na Glacière, existe também o escritório da Associação dos Amigos do Padre Caffarel, onde Marie Christine Genillon se desloca uma vez por semana para realizar atividades relacionadas tanto com a causa de beatificação como com o recolhimento de contribuições. Marie Christine teve também de suspender as suas visitas e continuou a manter-se em contato com todos os membros da Associação através do correio eletrônico. Em abril tivemos também de adiar a reunião prevista da Direção da Associação, porque não foi possível realizar reuniões.

Se precisar entrar em contato com o Secretariado

Por enquanto, não sabemos quando será possível a Guènola regressar aos escritórios do Secretariado na Glacière. Muito menos sabemos quando é que nós, casal responsável pelo secretariado, poderemos ir a Paris, uma vez que as viagens ao estrangeiro continuam proibidas.

No entanto, continuamos disponíveis e convidamos todos aqueles que precisam se comunicar com o Secretariado a utilizar o correio eletrônico, enviando suas mensagens para guenola@equipes-notre-dame.com ou diretamente para nós, Giovanni e Paola, para cr.secretariat@equipes-notre-dame.com.

Pedimos a todos que sejam pacientes se, por não termos a oportunidade de ir aos escritórios na Glacière, algumas atividades não puderem ser realizadas na sua integralidade. Estamos trabalhando para responder a todos os pedidos e esperamos voltar à normalidade o mais rapidamente possível.